𝐕𝐈𝐒𝐈𝐓𝐄 𝐚𝐭𝐞́ 𝐚𝐨 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐋 𝐝𝐞 𝐅𝐄𝐕𝐄𝐑𝐄𝐈𝐑𝐎: 𝐄𝐱𝐩𝐨𝐬𝐢𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐨𝐜𝐮𝐦𝐞𝐧𝐭𝐚𝐥 ‘𝐂𝐞𝐧𝐭𝐞𝐧𝐚́𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐚 𝐓𝐫𝐚𝐯𝐞𝐬𝐬𝐢𝐚 𝐀𝐞́𝐫𝐞𝐚 𝐝𝐨 𝐀𝐭𝐥𝐚̂𝐧𝐭𝐢𝐜𝐨 𝐒𝐮𝐥: 𝐫𝐞𝐥𝐚𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐚𝐯𝐞𝐧𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐧𝐚 𝐢𝐦𝐩𝐫𝐞𝐧𝐬𝐚 𝐝𝐞 𝐒𝐚𝐧𝐭𝐚 𝐂𝐨𝐦𝐛𝐚 𝐃𝐚̃𝐨’

Até ao final de fevereiro é possível visitar, na Biblioteca Municipal Alves Mateus (BMAM), a exposição documental ‘Centenário da Travessia Aérea do Atlântico Sul: relatos da aventura na imprensa de Santa Comba Dão’. Todas as peripécias deste feito memorável, desde os preparativos aos vários imponderáveis da missão, foram descritos pormenorizadamente e com grande entusiasmo nos periódicos de Santa Comba Dão, A Beira: semanário republicano liberal e Sul da Beira: quinzenário republicano.

Durante três edições, o Sul da Beira reproduziu, inclusive, todos os Estudos e experiências preparatórias da viagem aérea Lisboa-Rio, publicados na revista Seara Nova, dos quais são apresentados, nesta mostra, alguns extratos. Além do enquadramento histórico da viagem, a exposição documental contempla artigo e infografia publicados na revista Visão, várias ilustrações patrióticas sobre os dois aviadores e reproduções de fotografias da época.

De notar, que apesar da abordagem diferenciada dos dois periódicos locais, a histórica travessia foi reportada de forma vasta nos dois jornais, com as homenagens patrióticas aos marinheiros aviadores portugueses a ocuparem títulos e e um considerável número de páginas impressas.

Enquadramento da viagem de Gago Coutinho e Sacadura Cabral

“A Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul, realizada pelos marinheiros aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral, constituiu-se como referência histórica pelo impacto social unificador na nação portuguesa e pelo seu valor intrínseco em termos temporais, científicos e individuais, apesar dos limitados recursos disponibilizados.

A realização desta Travessia no ano de 1922, com 4367 milhas percorridas em 60 horas e 26 minutos, operando um hidroavião monomotor de flutuadores, poderá causar espanto pela audácia dos tripulantes. Contudo, foi por terem sido voadas 36 horas e 29 minutos sobre o oceano, sem referências geográficas, com perfeito conhecimento da posição e baseando-se exclusivamente na observação astronómica, que seria considerado um feito inédito e inovador à data, precursor da navegação aérea autónoma.

Subjacentes a esta missão aérea, além do apurado planeamento, ressaltam o saber, a experiência e o conhecimento científico necessários à sua concretização com sucesso, incluindo novos métodos e equipamentos na navegação aérea, como o sextante adaptado à operação em voo e um corretor de rumos para facilitar a execução de cálculos expeditos.

A componente humana marcou em permanência os três anos de preparação e o êxito da missão, resistindo a uma sucessão de imponderáveis em que o espírito empreendedor, força de vontade e tenacidade estiveram sempre presentes, mesmo para se conseguir a substituição dos meios aéreos perdidos em operação e para que fosse finalizada, vendo cumpridos os objetivos estabelecidos”.

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