Visita de grupo marca a comemoração do Dia da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas
A 11 de março, celebrou-se o Dia da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, com a visita de um grupo de seniores à Biblioteca Municipal Alves Mateus, promovida pelo Município em colaboração do CLDS 4 G – Viver + Santa Comba Dão. Proveniente de Nagozela, o grupo de 15 pessoas, com diferentes vivências e muitas histórias a partilhar, ficou a conhecer, de forma mais ampla, a Biblioteca, a sua história, espaços e serviços.
Elizabete Almeida, coordenadora do equipamento começou para efetuar um pequeno enquadramento da história da Casa dos Arcos, onde se encontra instalada a Biblioteca Municipal, referindo o facto deste solar ter pertencido à família dos barões de Santa Comba Dão – Horta e Costa – e de aí terem funcionado, ao longo dos anos, vários serviços e dependências, como consultórios médicos, registo civil, um restaurante e até um café.
Há cerca de 30 anos, funciona, no primeiro piso desta “casa”, a Biblioteca Municipal. A designação Alves Mateus é uma homenagem ao ilustre cónego santacombadense, cuja biblioteca particular, oferecida pelo herdeiro António da Silveira, integra e enriquece o espólio do equipamento municipal. Elizabete Almeida falou ainda das várias áreas da biblioteca, como a receção, os serviços técnicos e fundo local, área de periódicos, salas de adultos e audiovisuais, sala infanto-juvenil e sala do fundo antigo, entre outros espaços. A técnica sublinhou ainda a gratuitidade dos serviços, destacando o empréstimo domiciliário de livros e o modo como é efetuado. Convidou, então, o grupo a dirigir-se à sala de adultos, onde a bibliotecária Telma Coelho deu a conhecer títulos que fizeram história no jornal local Beira Dão, de 20 de fevereiro de 1949, num país e concelho bem diferentes daqueles que hoje conhecemos. A propósito de notícias sobre o marechal Carmona e Salazar, os seniores partilharam episódios das décadas de 40, 50 e 60, tendo, ainda, relatado momentos associados aos cortejos de oferendas, que envolveram várias localidades do concelho na construção e equipamento do hospital da Misericórdia. Na visita esteve ainda incluído o gabinete técnico, onde foi explicado o circuito do livro – desde a entrada na Biblioteca até à colocação nas estantes – bem como a sala do fundo antigo, área pouco conhecida e reservada onde se encontram livros, com uma baliza temporal estabelecida entre o século XVI e o início do séc. XX. Telma Coelho explicou o trabalho aí desenvolvido, referindo o tratamento e limpeza regularmente realizados, nesta área que reserva verdadeiros ‘tesouros’ históricos. Datado de 1556, o livro mais antigo da Biblioteca é um exemplar das Meditações de Santo Agostinho. Além desta obra, a bibliotecária mostrou, entre outros livros e documentos, mapas da fortaleza de Moçambique do séc. XVII e um dos exemplares mais valiosos presente na Biblioteca – uma versão com gravura a buril, colorida (a única da Biblioteca), da Historia Geral da Ethiopia a alta, ou Preste Ioam, e do que nella obraram os padres da Companhia de Iesus.
A sala de leitura infanto-juvenil correspondeu ao último ponto desta visita enriquecedora, através da qual se pretendeu estreitar a ligação com a comunidade, reforçando o papel fundamental das Bibliotecas, enquanto serviços de acesso à informação, promotores do desenvolvimento pessoal, comunitário e territorial.